sábado, 25 de junho de 2011

O fruto dos tempos difíceis



"A produção de frutos e legumes fora de época propaga-se cada vez mais. Para terem tangerinas simplesmente um mês mais cedo, as pessoas das cidades estão dispostas a pagar ao agricultor um investimento suplementar em trabalho e em equipamento. Mas se nos perguntarmos que importância tem para as pessoas este fruto estar disponível um mês mais cedo, a verdade é que isso não é nada importante, e o dinheiro não é o único preço a pagar por um tal luxo.
Além disso, utiliza-se agora um agente corante que não era empregue há alguns anos atrás. Com este produto químico, o fruto ganha cor por inteiro uma semana mais cedo. Como o preço duplica ou cai para metade consoante o fruto for vendido uma semana antes ou depois de 10 Outubro, o agricultor aplica aceleradores de coloração químicos e após a colheita coloca os frutos numa câmara de maturação a gás.
Mas quando os frutos são expedidos mais cedo, eles não tem açúcar suficiente e, por consequências, são utilizados adoçantes artificiais. Supõe-se geralmente que os adoçantes quimicos foram proibidos, mas os adoçantes artificiais que são pulverizados sobre os citrinos não foram especificamente proscritos. A questão é saber se eles se encaixam ou não na catergoria dos "produtos químicos agrícolas". Seja como for, quase toda a gente os utiliza.
De seguida, os frutos são levados para o centro cooperativo de triagem da fruta. Para serem separadas em categorias grandes e pequenas, as peças são postas a rolar durante várias centenas de metros num longo transportador. Os esmagamentos são frequentes. Quanto maior é o centro de triagem, tanto maiores são as manipulações a que os frutos são submetidos, e tanto mais eles ressaltam e rebolam. Depois de uma lavagem com água, pulverizam-se as tangerinas com agentes conservantes e acrescenta-se um agente corante. Enfim, como toquue final, é aplicada uma solução de parafina sólida e os frutos são polidos para terem um aspecto mais brilhante. Os frutos actuais são realmente objectos manufacturados."



excerto de:
A Revolução de Uma Palha, Masanobu Fukuoka, uma introdução à agricultura selvagem, edição de 2008.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bom dia...


Flores colhidas no jardim para dar mais cor à casa, passear a Uva, tratar dos canteiros, um almoço simpático, muito trabalho na horta e um final de tarde delicioso a assar um bolo de mel do Alentejano, em forno a lenha, para acompanhar um chá verde e muita conversa até o sol se pôr.

Bolo de Mel Alentejano
(Doçaria Tradicional)

6,5 dl de mel
3,5 dl de azeite
5 ovos
350g de farinha
canela em pó q.b.

Junta-se o mel e o azeite e leva-se a ferver, retira-se do lume e deixa-se arrefecer mexendo sempre, junta-se a canela, e os ovos um a um, depois a farinha mexendo sempre. Deita-se a massa numa forma de bolo untada e polvilhada e vai ao forno.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Lavar a Lã






Da lã tosquiada e já com algum atraso, lá fomos nós à aventura, desta não tão aventura assim, há um ano atrás havia experimentado lavar alguns velos de lã, que na fase final acabei por semi-feltrar sem querer, ao coloca-los em água muito quente, com sabão e mexer.... falha de principiante... mas desta correu bem, não são propriamente velos, os tosquiadores também não eram profissionais.... mas é a lã tosquiada e lavada por nós. Um obrigado, em especial, ao Filipe.

Agora é cardar e fiar!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

No nosso quintal...

Colhemos as nossas primeiras ervilhas, doces, entre as melancias que se esticam terra a fora, gosto de ver os enormes braços que elas estendem metros e metros, tambem gosto das linhas que as guias das ervilhas traçam. Os alhos ganham corpo para serem colhidos nos finais de Junho, e o manjericão perfuma e cresce, para ser logo logo transplantado.

Terminamos o dia com um chá preto com canela no degrau do alpendre da casa, amanha teremos ervilhas com ovos escalfados para o almoço!






Disenteria



Ficaram órfãos, e os nossos coelhinhos tal como acontecera com a mãe sofreram uma forte disenteria, que se não for detectada, quando os sintomas surgem já é tarde. A disenteria surge, com maior probabilidade, na fase do desmame e caracterizou-se por vermes parasitários alojados nos intestinos, que os desidrataram e afectaram-lhes o sistema respiratório e cardíaco. Dos nove morreram quatro, as horas passavam e era aterrador vê-los rejeitar o leite, o feno, as cascas de ervilhas frescas, respiravam aceleradamente, quatro deles não conseguiram dar uma resposta positiva ao antibiótico, no entretanto passaram 7 dias, e os restantes cinco irmãos já estão saudáveis.

Neste momento julgamos ter dois rapazolas e três meninas, os rapazes são claramente mais endiabrados, saltam, escondem-se, fogem, as meninas são mais dóceis respondem ao chamar, e uma tem a particularidade de gostar de dar lambidelas enquanto recebe atenção, é bom respirar de alivio.

Na fotografia está a Puka, que para além de ser a mais pequenina deixa cair as orelhas sempre que come, e range os dentes de contentamento quando lhe dão cascas de ervilhas, foi a sobrevivente mais feroz pois já estava muito debilitada quando começou a dar resposta ao antibiótico, e é também a mais comilona, sem qualquer dúvida, já que nem a ração do cão escapa.